quarta-feira, 5 de outubro de 2016

a árvore reluzente

Manhã: A estrada estreita
Bast quase conseguiu passar pela porta dos fundos da Marco do Percurso.
Na verdade, ele tinha passado, com os dois pés na soleira, e a porta estava quase fechada atrás dele quando ouviu a voz de seu mestre.
Bast parou, com a mão na maçaneta. Franziu a testa para a porta; faltavam menos de vinte centímetros para ela fechar. Não tinha feito barulho. Sabia disso. Estava familiarizado com todas as peças silenciosas da hospedaria, quais tábuas do soalho gemiam debaixo dos pés, quais janelas empacavam...
As dobradiças da porta de trás rangiam algumas vezes, dependendo de seu humor, mas isso era fácil de resolver. O rapaz apertou a maçaneta em outro lugar, erguendo-a para que o peso da porta não fizesse tanta pressão depois fechou-a lentamente. Sem rangido. O movimento da porta tinha sido mais suave que um suspiro.
Bast se empertigou e sorriu. Seu rosto era doce, matreiro e selvagem. Ele parecia uma criança levada que acabara de roubar a Lua para comer. Seu sorriso era como a última fatia do que lhe restava: afiado, branco e perigoso.
— Bast! — Ele ouviu seu nome novamente, mais alto dessa vez. Nada tão rude quanto um grito; o mestre jamais se humilharia berrando. Mas, quando ele queria ser ouvido, sua voz de barítono não seria detida por algo tão insubstancial quanto uma porta de carvalho. A voz soou como uma trombeta e Bast sentiu o chamado puxá-lo como se fosse uma mão ao redor de seu coração.
O rapaz suspirou, abriu a porta suavemente e voltou para dentro. Ele era moreno, alto e atraente. Ao caminhar, parecia que dançava.
— O que foi, Reshi? — chamou.
Após um instante, o estalajadeiro entrou na cozinha; trajava um avental limpo e branco e seu cabelo era vermelho. Afora isso, o homem era dolorosamente comum. Seu rosto tinha a placidez pastosa dos hospedeiros entediados em toda parte. Apesar de cedo, parecia cansado.
O homem estendeu a Bast um livro de couro.
— Você quase esqueceu isto — falou, sem vestígio de sarcasmo.
Bast pegou o livro e fez questão de parecer surpreso.
— Ora! Obrigado, Reshi!
O homem deu de ombros e sua boca assumiu o formato de um sorriso.
— Sem problema, Bast. Enquanto você estiver fora nas suas tarefas, se importaria de pegar alguns ovos?
Bast fez que sim com a cabeça, enfiando o livro debaixo do braço.
— Mais alguma coisa? — perguntou, obediente.
— Talvez umas cenouras também. Estou pensando em fazer um ensopado hoje à noite. Hoje é o dia da sega, por isso temos que nos preparar para uma multidão. — A boca virou levemente para um dos cantos enquanto ele dizia isso.
O homem começou a se afastar, então parou.
— Ah. O garoto dos Williams passou aqui ontem à noite atrás de você. Não deixou recado. — Ele ergueu uma das sobrancelhas para Bast. Aquela expressão dizia mais do que suas palavras.
— Não tenho a menor ideia do que ele quer — retrucou o rapaz.
O estalajadeiro fez um ruído indefinido e se virou de novo na direção do salão.
Antes que desse três passos, Bast já estava do lado de fora da porta e corria sob a luz do sol do início da manhã.
Quando Bast chegou, já havia duas crianças esperando. Elas brincavam sobre a imensa pedra cinzenta quase caída no sopé do morro, e subiam pelo lado inclinado para depois pular na grama alta.
Sabendo que as crianças estavam observando, Bast levou o tempo que precisou para escalar o minúsculo morro. No topo, havia o que as crianças chamavam de árvore reluzente, embora atualmente fosse pouco mais que um tronco sem galhos e maior do que um homem. A casca toda caíra havia muito tempo e o sol desbotara a madeira até ficar branca como osso. Tudo, a não ser pelo topo em si, onde, mesmo após todos esses anos, a madeira estava chamuscada com uma cor preta irregular.
Bast encostou as pontas dos dedos no tronco e lentamente traçou um círculo ao redor da árvore. Ele se moveu da esquerda para a direita, a mesma direção do sol que se deslocava. Do modo adequado. Então girou e trocou as mãos, traçando três círculos lentos na direção oposta. Esse giro era oposto ao mundo. Era a maneira de romper. Ele caminhou para a frente e para trás, como se a árvore fosse um carretel e ele o enrolasse e desenrolasse.
Por fim, o rapaz sentou-se, recostado na árvore, e ajeitou o livro numa pedra próxima. O sol reluzia nas letras douradas e brilhantes, Celum Tinture. Então se distraiu jogando pedrinhas no rio que cortava o declive suave do morro do outro lado da pedra cinzenta.
Após um minuto, um garotinho louro e rechonchudo caminhou com dificuldade morro acima. Era o filho mais novo do padeiro, Brann. Ele tinha cheiro de suor, pão fresco e... outra coisa. Uma coisa fora de lugar.
A aproximação vagarosa do menino tinha um ar de ritual. Ele escalou o pequeno morro e ficou parado ali por um instante, em silêncio; o único barulho vinha das outras duas crianças que brincavam embaixo.
Finalmente Bast se virou e lançou um olhar ao menino. Ele não tinha mais que oito ou nove anos, estava bem-vestido, era mais gordinho do que a maioria das outras crianças na cidade e trazia um tecido branco amarrotado na mão.
O garotinho engoliu em seco, nervoso.
— Eu preciso de uma mentira.
Bast acenou com a cabeça.
— Que tipo de mentira?
O garoto abriu a mão com todo o cuidado e revelou que o pano amarrotado era uma atadura provisória, salpicada de vermelho-vivo. Estava levemente grudada em sua mão. Bast meneou a cabeça: fora o cheiro daquilo que ele sentira.
— Eu estava brincando com as facas da minha mãe — falou Brann.
Bast examinou o corte. Ele seguia superficial ao longo da palma até quase perto do polegar. Nada grave.
— Dói muito?
— Nada como a surra de vara que vou levar se ela descobrir que andei mexendo nas facas dela.
Bast acenou com a cabeça em solidariedade.
— Você limpou a faca e guardou no lugar?
Brann concordou com a cabeça.
Bast bateu nos lábios, pensativo.
— Você achou que tivesse visto um grande rato. Ele assustou você. Você jogou a faca nele e se cortou. Ontem, uma das crianças lhe contou uma história sobre ratos que mastigavam as orelhas e os dedões dos pés de soldados enquanto eles dormiam. Isso lhe deu pesadelos.
Brann estremeceu.
— Quem foi que me contou a história?
Bast deu de ombros.
— Escolha alguém de quem você não goste.
O garotinho sorriu maldosamente.
Bast começou a fazer a contagem das coisas nos dedos.
— Bote um pouco de sangue na faca antes de jogá-la. — Apontou para o pano no qual o menino tinha enrolado a mão. — Livre-se disso também. O sangue está seco e obviamente velho. Você sabe fingir choro?
O garotinho fez que não com a cabeça e parecia um pouco constrangido com esse fato.
— Ponha um pouco de sal nos olhos. Fique encatarrado e lacrimejante antes de correr para eles. Uive e soluce. Então, quando eles perguntarem sobre sua mão, diga à mamãe que sente muito por ter quebrado a faca.
Brann ouviu com atenção, acenando a cabeça devagar no começo e, depois, mais rápido. E sorriu.
— Isso é bom. — Olhou ao redor, nervoso. — Quanto eu lhe devo?
— Algum segredo? — indagou Bast.
O filho do padeiro pensou por um minuto.
— O velho Lant está transando com a viúva Creel... — falou, esperançoso.
Bast fez um gesto desdenhoso com a mão.
— Há anos. Todo mundo sabe disso. — Coçou o nariz, depois falou: — Você poderia me trazer dois pães doces hoje mais tarde?
Brann fez que sim com a cabeça.
— É um bom começo — falou Bast. — O que você tem nos bolsos?
O menino revirou os bolsos e ergueu as duas mãos. Ele tinha dois calços de ferro, uma pedra lisa e esverdeada, o crânio de um pássaro, um emaranhado de cordéis e um pedaço de giz.
Bast pediu os cordéis. Então, com cuidado para não tocar nos calços, segurou a pedra esverdeada entre os dois dedos e arqueou uma das sobrancelhas para o garoto.
Após um momento de hesitação, o menino acenou com a cabeça.
Bast guardou a pedra no bolso.
— E se eu levar a surra de vara de qualquer jeito? — perguntou Brann.
Bast deu de ombros.
— Isso é problema seu. Você queria uma mentira. Eu lhe dei uma boa mentira. Se você quiser que eu tire você dessa encrenca, aí é outra coisa.
O filho do padeiro parecia decepcionado, mas fez que sim com a cabeça e caminhou morro abaixo.
Em seguida, subindo o morro, veio um garoto um pouco mais velho em roupas de lã puídas. Um dos garotos dos Alard, Kale. Ele tinha um lábio ferido e uma casca de sangue ao redor de uma narina. Estava furioso como apenas um menino de dez anos pode ficar. Sua expressão era tempestuosa.
— Eu flagrei meu irmão beijando a Gretta atrás do velho moinho! — falou assim que escalou o morro, sem esperar pela pergunta de Bast. — Ele sabe que eu gosto dela!
Bast abriu as mãos, impotente, e deu de ombros.
— Vingança. — O menino cuspiu.
— Vingança pública? — perguntou Bast. — Ou vingança secreta?
O menino tocou o lábio cortado com a língua.
— Vingança secreta — respondeu em voz baixa.
— Quanta vingança? — perguntou Bast.
O menino pensou por um segundo, então afastou as mãos uns sessenta centímetros uma da outra.
— Este tanto.
— Hummmm — falou Bast. — Quanto, numa escala de camundongo a touro?
O menino esfregou o nariz por um tempo.
— Do tamanho de um gato — falou ele. — Do tamanho de um cachorro, talvez. Não como o cachorro do Martin Maluco. Do tamanho dos cães dos Benton.
Bast assentiu e inclinou a cabeça, pensativo.
— Muito bem — falou. — Faça xixi nos sapatos dele.
O menino pareceu em dúvida.
— Isso não é uma vingança do tamanho de um cachorro.
Bast balançou a cabeça.
— Você faz xixi numa caneca e esconde. Deixe descansar um ou dois dias. Então, uma noite, quando ele deixar os sapatos junto ao fogo, você derrama o xixi neles. Não deixe empoçar, basta umedecê-los. De manhã, eles estarão secos e não vão feder demais...
— Pra que serve isso? — interrompeu o garoto, irritado. — Essa vingança não tem nem o tamanho de uma pulga!
Bast ergueu uma mão pedindo paciência.
— Quando os pés dele ficarem suados, ele vai começar a feder a xixi — falou calmamente. — Se ele pisar numa poça, vai feder a xixi. Se caminhar na neve, vai feder a xixi. Vai ser difícil descobrir de onde está vindo o mau cheiro, mas todo mundo vai saber que é o seu irmão que está fedendo. — Bast sorriu para o garoto. — Imagino que Gretta não vá querer beijar um garoto que não para de se mijar.
Admiração pura espalhou-se pelo rosto do garotinho como a luz do sol nas montanhas.
— Essa é a coisa mais maldosa que eu já ouvi — falou ele, cheio de espanto.
Bast tentou parecer modesto, mas fracassou.
— Você tem alguma coisa para mim?
— Eu achei uma colmeia selvagem — falou o garoto.
— Para começar, vai servir — falou Bast. — Onde?
— Bem depois dos Orisson. Depois do Rio Pequeno.
O garoto se agachou e desenhou um mapa na terra.
— Você está vendo?
Bast acenou com a cabeça.
— Mais alguma coisa?
— Bem... eu sei onde o Martin Maluco mantém a destilaria...
Bast ergueu as sobrancelhas ao ouvir isso.
— Verdade?
O menino desenhou outro mapa e deu algumas indicações. Então ficou de pé, limpando a terra dos joelhos.
— Tenho uma mensagem também. Rike quer ver você.
Bast balançou a cabeça com firmeza.
— Ele conhece as regras. Diga-lhe que não.
— Eu já disse — retrucou o garoto, dando de ombros de modo comicamente exagerado. — Mas vou dizer de novo se o encontrar...
Depois de Kale, não havia mais crianças à espera, por isso, Bast enfiou o livro de couro debaixo do braço e deu um longo passeio. Encontrou algumas framboesas e comeu. Tomou um gole de água do poço de Ostlar.
Por fim Bast escalou até o topo de um promontório que ficava por ali, onde se esticou bastante antes de enfiar o exemplar encadernado em couro do Celum Tinture em um espinheiro no qual um galho largo formava um aconchegante recesso contra o tronco.
Então ergueu o olhar para o céu, límpido e brilhante. Sem nuvens. Não havia muito vento. Cálido, mas não quente. Há bastante tempo não chovia. Não era dia de feira. Horas antes do meio-dia no dia da sega...
A sobrancelha do rapaz fez um pequeno vinco, como se ele realizasse algum cálculo complexo. Anuiu para si mesmo.
Depois Bast voltou ao promontório, passou pela casa do velho Lant e deu a volta nas sarças que delimitavam a fazenda de Alard. Quando chegou ao Rio Pequeno, cortou alguns juncos e preguiçosamente os aparou com uma pequena faca brilhante. Em seguida, tirou um cordel do bolso e os amarrou juntos, formando uma flauta de pã.
Bast soprou pelo topo e inclinou a cabeça para ouvir a doce dissonância. A faca brilhante aparou mais alguns e ele voltou a soprar. Dessa vez o som ficou mais próximo, o que fez com que a dissonância fosse muito mais irritante.
A faca de Bast se moveu de novo, uma, duas, três vezes. Então ele a pôs de lado e aproximou a flauta do rosto. Inspirou pelo nariz, sentindo seu cheiro verde. Depois lambeu os topos recém-cortados dos juncos, o movimento de sua língua mostrando um súbito, e espantoso, vermelho.
Então ele inspirou e soprou a flauta. Dessa vez o som foi límpido como o luar, vivo como um peixe saltitante, delicado como uma fruta roubada. Sorrindo, Bast partiu na direção do morro dos Benton e não tardou para que escutasse o balido baixo e sem sentido das ovelhas distantes.
Logo depois, o rapaz alcançou o topo de um morro e viu mais de vinte ovelhas gordas e estúpidas pastando a grama no vale verde abaixo. Aqui era sombrio e isolado. A ausência de chuva recente significava que o pastoreio seria melhor ali. As laterais íngremes do vale indicavam que as ovelhas não se afastariam, por isso não era necessário vigiar muito.
Uma jovem estava sentada à sombra de um olmo que se voltava para o vale. Ela havia retirado os sapatos e a touca. Seus cabelos compridos e volumosos eram da cor do trigo maduro.
Bast começou a tocar. Uma melodia perigosa. Doce e brilhante, lenta e maliciosa.
A pastora se empertigou ao ouvir aquilo, ou, ao menos, pareceu fazer isso no início. Ela ergueu a cabeça, agitada... mas não. Nem olhou em sua direção. Apenas se ergueu para se espreguiçar, elevando-se, apoiada nos dedões, com as mãos se contorcendo acima da cabeça.
Ainda aparentemente sem notar que faziam uma serenata para ela, a jovem pegou um cobertor próximo, esticou-o debaixo da árvore e voltou a sentar-se. Era um pouco estranho, pois ela ficara sentada ali antes sem o cobertor. Talvez tivesse apenas sentido mais frio.
Bast continuou a tocar enquanto descia o declive do vale na direção da jovem. Ele não tinha pressa, e a música que tocava era doce, divertida e lânguida ao mesmo tempo.
A pastora não deu sinal de notar a música ou o próprio Bast. Na verdade, ela olhava para longe dele, na direção do outro extremo do pequeno vale, como se estivesse curiosa pelo que as ovelhas poderiam estar fazendo ali. Quando virou a cabeça, expôs a adorável linha do pescoço, desde a orelha perfeita em forma de concha até o volume delicado dos seios, que apareciam acima do corpete.
Olhos fixos na jovem, Bast pisou numa pedra solta e cambaleou, de modo estranho, morro abaixo. Soprou uma única nota, dura e alta, depois soltou mais algumas notas da canção enquanto estendia ferozmente um dos braços para recuperar o equilíbrio.
Nesse momento, a pastora deu uma gargalhada, mas fitava, decidida, o outro extremo do vale. Talvez as ovelhas tivessem feito algo engraçado. Isso. Sem dúvida, era isso. Ovelhas podiam ser animais divertidos, às vezes.
Mesmo assim, ninguém poderia olhar para ovelhas durante tanto tempo. A jovem suspirou e relaxou, voltando a se recostar no tronco inclinado da árvore. O movimento acidentalmente puxou a barra de sua saia até um pouco acima do joelho. Suas panturrilhas eram redondas e bronzeadas, cobertas com ralos pelos cor de mel.
Bast continuou a olhar morro abaixo. Seus passos eram delicados e graciosos. Ele parecia um gato atrás da presa. E parecia estar dançando.
Aparentemente satisfeita com o fato de as ovelhas estarem em segurança, a pastora voltou a suspirar, fechou os olhos e inclinou a cabeça sobre o tronco da árvore. Seu rosto se virou para captar o sol. Parecia que estava prestes a adormecer e, a não ser pelos suspiros, sua respiração era bastante rápida. Quando mudou de posição, inquieta, para ficar mais à vontade, uma das mãos caiu de modo a, acidentalmente, puxar ainda mais para cima a barra do vestido, até mostrar um pedaço pálido da coxa.
É difícil rir enquanto se toca uma flauta de pã. De alguma maneira, Bast conseguiu.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Altura dos Famosos Brasileiros


Dos mais altos aos mais baixos. Veja se você é da altura de algum deles, de palpites e conheça seus ''representantes de altura'' na tv brasileira.


Homens


193 cm  - Thiago Lacerda
193 cm  - Danilo Gentili
189 cm  - Joaquim Lopes
188 cm  - Alexandre Frota
188 cm  - Rodrigo Santoro
186 cm  - Reynaldo Gianecchini
185 cm  - Thiago Fragoso
185 cm  - Rodrigo Faro
184 cm -  Marcello Mello Jr
183 cm  - José Loreto
183 cm  - Henri Castelli
183 cm -  Max Fercondini
183 cm -  Gusttavo Lima
183 cm  - Jonatas Faro
183 cm  - Rodrigo Simas
182 cm  - Edson Celulari
182 cm  - Cauã Reymond
182 cm -  Rodrigo Lombardi
182 cm  - Alexandre Borges
181 cm  - Humberto Martins
181 cm -  Marcello Novaes
181 cm -  Selton Mello
181 cm -  Danton Mello
180 cm  - Dudu Azevedo
180 cm  - Marcos Pasquim
180 cm  - Alexandre Nero
180 cm  - Marco Pigossi
180 cm  - Wagner Moura
180 cm -  Chay Suede
179 cm -  Malvino Salvador
178 cm  - Lázaro Ramos
177 cm  - Fábio Jr.
176 cm  - Murilo Benício
175 cm  - Caio Castro
169 cm  - Bruno Gagliasso



Mulheres


178 cm  - Claudia Raia
177 cm -  Camila Queiroz
175 cm  - Ivete Sangalo
173 cm  - Grazi Massafera
171 cm -  Bruna Marquezine
171 cm  - Sophie Charlotte
171 cm  - Camila Pitanga
170 cm  - Juliana Paes
170 cm  - Paolla Oliveira
168 cm  - Flavia Alessandra
168 cm  - Giovanna Antonelli
165 cm -  Carol Abras
164 cm -  Hanna Romanazzi
163 cm -  Adriana Esteves
163 cm -  Deborah Falabela
163 cm  - Ísis Valverde
158 cm  - Fernanda Vasconcellos